Ana Carolina volta para pintar e cantar em Porto
Alegre, no Teatro do Sesi
Cantora traz coleção de sucessos e exposição de
pinturas no projeto "Ensaio de Cores"
|
Repertório da cantora inclui até medley com canção da dupla sertaneja
Leandro & Leonardo
Foto: Jessé Giotti / Agencia
RBS |
Ana Carolina volta a Porto Alegre para mostrar suas
duas facetas como artista. Quinta-feira, lança no Teatro do Sesi o DVD Ensaio
de Cores, com show que reúne sucessos e uma exposição de suas telas – trabalhos
que se complementam, como ela conta nesta entrevista por e-mail. Confira
detalhes do show na capa da Agenda.
Zero Hora – O nome da turnê que traz você a Porto
Alegre é também o nome de sua exposição de pintura. Em que ponto essas duas
manifestações se encontram na sua obra?
Ana Carolina – Ensaio de Cores nasceu pensando em
telas e tintas.Isso me inspirou desde a escolha do repertório até essa
exposição com telas minhas. Se pararmos para pensar, o "tom" está na
música e na pintura e ambos tentam registrar sentimentos e expressões. São
complementares. A música está comigo há mais tempo, é um terreno já muito desbravado.
A pintura me cobra mais, me questiona, mas me provoca do mesmo jeito. Esse
projeto me deu oportunidade de produzir intensamente para manter a exposição
que viaja com o show. Minha relação com a pintura e com a música é de respeito
e de constante aprendizado. Gosto do exercício da busca pela nota certa, pelo
tom certo.
ZH – Você já fez turnês apenas com voz e violão e
acompanhada por grandes formações. Agora, está em turnê com uma banda enxuta e
composta só por mulheres. Como chegou a essa formação?
Ana Carolina – A música permite muitas combinações e
formas de apresentá-la, e está aí boa parte da graça de fazer um show, de
escolher repertório para uma turnê. O Ensaio de Cores, como disse, nasceu da
ideia de reunir pinturas, dever social para alertar sobre uma doença que me
acompanha diariamente desde os 16 anos (a cantora tem diabetes e doa parte da
renda da venda de suas telas para projetos de prevenção à doença) e que atinge
milhares de pessoas, e a de apresentar um show mais intimista, repleto de hits.
O projeto foi muito bem recebido, já virou DVD, especial de TV e ainda estamos
na estrada. A reunião de nós quatro, Délia (Fischer, no piano), Lan Lan (na
bateria e na percussão), Gretel (Paganini, no violoncelo) e eu, é uma mistura
de quatro cores básicas que, reunidas, permitem resultados infinitos.
ZH – A última música antes do bis é Garganta, seu
primeiro sucesso. Sua carreira hoje é aquela que você imaginava em 1999?
Ana Carolina – Garganta está ao final do show, assim
como Quem de Nós Dois e É Isso Aí. Se Ensaio de Cores fosse uma mostra em um
museu, essas canções estariam reproduzidas em pôsteres na lojinha, todos gostam
de levá-las para casa cantando, são de domínio público. É a hora de
literalmente sair da galeria e ir pra galera (risos). Não poderia imaginar
todas as boas oportuniddes que a vida me deu e me dá, principalmente a de
experientar e aprender. A mais recente foi poder ter uma aula particular com o
mestre Tony Bennett, cantamos The Very Thought of You que tive a honra de fazer
a versão e cantá-la (a canção fará parte do álbum Viva Duets, que sairá em
outubro).
ZH – Como surgiu a oportunidade de gravar com Tony
Bennett e como foram as gravações? Há previsão de um show?
Ana Carolina – O convite chegou através da
gravadora, é um projeto que reúne vários cantores da América Latina. Seria uma
honra dividir o palco se nossas agendas coincidirem e se Tony me chamar eu vou
"num grau" (risos).