Leia na íntegra entrevista com a cantora Ana Carolina. A cantora traz seus grandes sucessos neste sábado (11) ao palco do Grupo Ginástico Rioclarense, a partir das 23 horas
Ana Carolina traz para Rio Claro seu show intitulado “Sucessos” neste sábado (11), a partir das 23 horas, no Grupo Ginástico Rioclarense.
Artista multimídia, a cantora fala com exclusividade ao Jornal Cidade sobre seus quadros, a música e a literatura. Confira a entrevista:
Jornal Cidade - Seu último disco “Ensaio de cores” tem um pouco de influência das artes visuais. Como é a Ana Carolina artista plástica, como começou esse interesse pela pintura? Você acredita que todo artista tem essa facilidade para transitar em todas as linguagens?
Ana Carolina - As artes em geral sempre me influenciaram, os processos são distintos, mas a entrega é a mesma. A pintura e a música para mim são manifestações de amor, de alegria, de inquietação. Eu me envolvo, me questiono, faço as pazes. É como uma relação de casamento. Nas duas formas de arte eu dou meu recado a quem estiver na mente, no coração, na plateia ou em uma exposição. Tudo é arte e forma de expressão. Cada artista tem seu método, suas linguagens.
JC - O show que você traz a Rio Claro neste final de semana é uma compilação dos sucessos de sua carreira. Qual foi o critério para determinar quais músicas entrariam para este show? Este repertório a agrada ou você prefere as músicas ‘lado b’?
Ana - Este repertório é de certa forma uma coleção de quadros, de paisagens sonoras, são momentos da vida, da minha e de muita gente. São canções que mapeiam uma trajetória e que ficaram marcadas ao longo do caminho. Música é música, não faço distinção entre elas.
JC - Em um de seus shows em Rio Claro, você encontrou dificuldade com o público no momento em que começou a ler alguns poemas, devido ao barulho. Como isso acontece em seus shows, o público costuma ser receptivo e compreender essa comunhão de linguagens música-literatura?
Ana - Não me recordo e tenho certeza de que, mesmo em situações como esta, sempre haverá aqueles que são mais ou menos sensíveis, mais ou menos focados. Não haveria música sem a literatura e vice-versa.
JC - Ser mulher, compositora e musicista no Brasil é difícil? Pois percebemos que há uma fácil aceitação de intérpretes, isso que vem da era do rádio e continuou com a MPB, enquanto as compositoras e musicistas ainda têm presença tímida na mídia.
Ana - Ser mulher na música é como ser mulher em qualquer outra profissão, é duro. O Brasil tem grandes intérpretes e compositoras, poderia listar por horas, temos grandes exemplos. O que importa é a música e a reação que ela provoca no coração das pessoas, é ela que me guia e agradeço por trabalhar com notas, palavras, emoções. Música não é uma competição, é expressão.
JC - Se tivesse que escolher apenas um, qual seria: “Ana Carolina”, “Ana Rita Joana Iracema e Carolina”, “Estampado”, “Dois Quartos”, “N9ve” ou “Ensaio de cores”?
Ana - Para uma mãe é praticamente impossível apontar o filho predileto, sou parte de todos e todos, parte de mim (risos).
JC - Uma de suas músicas que mais tocaram nas rádios foi a versão para a música de Gianluca Grignani (La mia storia tra le dita), que chegou a tocar no Brasil em 1996 como trilha sonora da novela Vira Lata. José Augusto chegou a fazer uma versão dela e você a retomou em 2002 com outra letra. Como foi a ideia de fazer uma outra versão dessa música que é de um cantor não tão conhecido no país?
Ana - Como disse, eu me guio pela música, como ela me toca, me provoca. Ao longo da carreira tive oportunidade de trabalhar com grandes canções, essa música me toucou e decidi gravar.
JC - Você tem uma boa extensão vocal e uma respiração perfeita, foram muitos anos de estudo de canto ou alguma outra receita?
Ana - O respirar é que é perfeito, temos que respirar perfeitamente (risos). Canto há muitos anos e sigo cantando, a receita é não parar.
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