Cores e Música



O projeto nasceu a partir da paixão da cantora Ana Carolina por pintura. Ela passou a pintar "para aliviar a sensação aflitiva do registro das canções em estúdio". Queria ver as músicas que só podia ouvir. A compositora exporia pela primeira vez suas pinturas interagindo as telas com sua música durante o show.

A ideia era também reverter fundos para a ADJ, entidade dedicada à prevenção e educação em diabetes, e o projeto, que deveria ter sido de apenas quatro shows, ganhou proporção, rodou o País e agora, Ensaio de Cores (Sony Music, R$ 23 em média), resultado da mistura de tinta e música, chega às prateleiras. Além do CD, DVD e Blu Ray, versão limitada deve ganhar prensagem em vinil.

Gravado ao vivo em setembro, no Citibank Hall, no Rio, o disco traz cinco composições inéditas. "As Telas e Elas, que fala do universo da pintura e das cores, que é a base do show; Você Não Sabe, com uma pegada forte; o samba Pra Tomar Três, que é minha primeira parceria com Edu Krieger; Simplesmente Aconteceu e Problemas, escrita por mim ao lado de Chiara Civello e Dudu Falcão", revela.

Aos 37 anos, 11 de carreira, Ana Carolina anda na contramão das produções para grandes públicos e proporciona show intimista, quase desplugado e repleto de energia. A apresentação passeia por composições bem arranjadas. Temas como As Telas e Elas trazem delicadeza ao repertório, uma das melhores do concerto. Simplesmente Aconteceu é outra que merece destaque. Tocada ao piano, é ilustrada por boa harmonia vocal.

O show é recheado também por músicas antigas da cantora e por versões para canções como Força Estranha, de Caetano Veloso, Azul, de Djavan, Todas Elas Juntas Num Só Ser, de Lenine e Carlos Rennó e medley com composições de Chico César, Tom Zé e Antônio Bueno e Newton Lima.

Novidade nas apresentações da mineira é a estreia da banda formada só por mulheres. Além de Ana, que cuida do violão, guitarra, pandeiros e contrabaixo - em algumas faixas - , o grupo é formado por Delia Fischer (teclado), Gretel Paganini (violoncelo) e Lan Lan (bateria e percussão). "Queria experimentar uma formação menor e só de mulheres, simples assim. Com elas me sinto parte de uma banda e não ‘a cantora'", explica.Recheado por cores e climas
Rai das Cores - Faixa que abre o setlist, a canção de Caetano Veloso ganha nova roupagem com a voz grave da cantora.

As Telas e Elas - Assinada por Ana Carolina, a nova canção é romântica e delicada. Os arranjos de violoncelo dão brilho à música.

Todas Elas Juntas Num Só Ser - De Lenine e Carlos Rennó, é a mais dançante do disco. As frases longas mostram o bom fôlego da cantora.

Azul - Outra que ganhou releitura, a obra originalmente escrita por Djavan é a mais incomum do disco. É lapidada apenas por voz e por arranjos de contrabaixo - tocado por Ana Carolina.

O Violão - Belos acordes de violão dão tom refinado à canção. Traz umas das letras mais bonitas do álbum. "Um dia eu vi numa estrada/Um arvoredo caído/Não era um tronco qualquer/Era madeira de pinho/E um artesão esculpia/O corpo de uma mulher."

Pra Tomar Três - Samba envolvente, é um dos momentos mais animados da apresentação. Nos arranjos, além de violão de nylon, percussão, pandeiro, latas e garrafas.


Fonte: dgabc
Postado em 24 de Dezembro de 2011 pela equipe do blog

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