"É uma sensação de noiva, de falta de ar mesmo", diz Ana Carolina sobre expor suas pinturas
Cantora lança novo CD, Ensaio de Cores, e exibe suas telas em galeria de São Paulo
Ana Carolina começou a pintar em 2002 como válvula de escape para o processo complicado de gravação do CD Estampado e, desde então, não parou mais.
Quando percebeu, estava com a casa cheia de quadros. Outros CDs e show vieram, quando, no ano passado, ela resolveu criar um espetáculo que tivesse como tema sua nova paixão, a pintura. Batizou o projeto de Ensaio de Cores, que acaba de chegar às lojas em CD ao vivo (o DVD, já registrado por José Henrique Fonseca, sai no começo de 2012).
Na tarde desta quinta-feira (8), a cantora recebeu a reportagem do R7 em sua bela mansão no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, projetada por Índio da Costa e vizinha a do bilionário Eike Batista. Entre goles de Coca-Cola Zero em seu espaço de ensaios com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, ela explicou o processo de construção do show.
- Eu, inquieta, pintava sem parar até que chegou uma hora que a casa estava cheia de telas e não sabia como terminá-las. Os amigos pediam quadros. Tinha as telas e inventei o show. E tinha um problema: a apresentação tinha que ser em teatro para ter onde expor as telas. Muitas vezes, faço shows em ginásios, onde não há espaço para isso.
O passo seguinte era a escolha do repertório que tivesse a ver com o universo musical.
- Busquei músicas que falavam do tema, como Rai das Cores, do Caetano Veloso, e Azul, do Djavan. Fiz, então, As Telas e Ela. Bem, já tinha aí um núcleo para fazer um link. Tinha ainda músicas inéditas que se comparavam ao meu estilo.
Ana Carolina decidiu também que se apresentaria nos show só com mulheres, reunindo um time de peso: Délia Fischer no piano, Gretel Paganini no violoncelo e Lanlan na bateria e percussão.
- Queria ainda uma banda só de mulheres. Pela primeira vez, senti-me vocalista de uma banda. Quando estou com banda masculina me sinto cantora. É diferente. A intensidade é diferente. Até na delicadeza é intensa.
Depois de 11 anos de carreira, ela queria se reinventar.
- Estava a fim de fazer uma outra coisa, diferente mesmo, mas sem perder a minha essência. Estou cansada de ver cantora que fazia uma coisa e agora faz dance e coloca beat. As canções deste show e CD mantêm um fio da meada. A música Você Não Sabe, por exemplo, tem um quê de Garganta. É uma música visceral, desarvorada, orgânica com as minhas outras.
E não tinha como ser de outro jeito, já que a pintura, nos últimos anos, tem consumido a maior parte do tempo livre da cantora.
- A pintura foi tomando um corpo importante na minha vida a ponto de os amigos me chamarem para ir passear na lagoa no sábado e domingo e eu dizer "não, vou pintar". E faço tudo sozinha. Não tenho assistente, preparo minha lona, faço as misturas e chego a ficar pintando de 8 da manhã às 4h do dia seguinte. Sigo pintando e pirando. Fui para Nova York, conheci pintores, vi exposições no MoMa [o museu de arte moderna da cidade americana], conferi uma mostra de Basquiat em Roma. Sempre vendo muita coisa. O Basquiat, aliás, abriu a minha cabeça. Ele vive a tela.
E não espere encontrar um natureza morta entre as telas da cantora.
- De jeito nenhum. Eu quero morrer quando alguém diz que tem um cavalo ou um rosto nas minhas telas. Estou fazendo para esconder. Não quero um significado nas minhas obras.
Desde segunda-feira (5), Ana Carolina expõe pela primeira vez suas telas fora de um show. Ela está em cartaz na galeria Romero Britto, na rua Oscar Freire, em São Paulo.
Ela contou com a ajuda de amigos pintores para escolher as pinturas que integrariam a mostra.
E confessou que não queria ir à abertura.
- É uma sensação de noiva, de falta de ar mesmo. Senti um nervosismo de iniciante na vernissage. Não queria ir, mas fui. Achava que não tinha necessidade. Não me sinto pintora. Foi bem complicado. Eu sou tímida. Sei que tenho que subir no palco e cantar. Nos shows, eu ficava no palco e as telas ficam lá fora. Na vernissage, eu tinha que estar lá no meio de pessoas analisando a minha obra.
O preço de uma tela de Ana Carolina varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil o metro quadrado. Vai depender, então, da complexidade da pintura e do tamanho dela. Durante o papo, ela comentou que uma tela da artista plástica Adriana Varejão está custando US$ 1,5 milhão o metro quadrado.
A pergunta que não queria calar então era: você quer chegar lá?
- Não. Eu quero pintar cada vez mais. Quero compor cada vez mais. Isso para mim é chegar lá. Fazer sempre e não parar de lutar e de buscar.
Fonte: Entretenimento R7Quando percebeu, estava com a casa cheia de quadros. Outros CDs e show vieram, quando, no ano passado, ela resolveu criar um espetáculo que tivesse como tema sua nova paixão, a pintura. Batizou o projeto de Ensaio de Cores, que acaba de chegar às lojas em CD ao vivo (o DVD, já registrado por José Henrique Fonseca, sai no começo de 2012).
Na tarde desta quinta-feira (8), a cantora recebeu a reportagem do R7 em sua bela mansão no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, projetada por Índio da Costa e vizinha a do bilionário Eike Batista. Entre goles de Coca-Cola Zero em seu espaço de ensaios com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, ela explicou o processo de construção do show.
- Eu, inquieta, pintava sem parar até que chegou uma hora que a casa estava cheia de telas e não sabia como terminá-las. Os amigos pediam quadros. Tinha as telas e inventei o show. E tinha um problema: a apresentação tinha que ser em teatro para ter onde expor as telas. Muitas vezes, faço shows em ginásios, onde não há espaço para isso.
O passo seguinte era a escolha do repertório que tivesse a ver com o universo musical.
- Busquei músicas que falavam do tema, como Rai das Cores, do Caetano Veloso, e Azul, do Djavan. Fiz, então, As Telas e Ela. Bem, já tinha aí um núcleo para fazer um link. Tinha ainda músicas inéditas que se comparavam ao meu estilo.
Ana Carolina decidiu também que se apresentaria nos show só com mulheres, reunindo um time de peso: Délia Fischer no piano, Gretel Paganini no violoncelo e Lanlan na bateria e percussão.
- Queria ainda uma banda só de mulheres. Pela primeira vez, senti-me vocalista de uma banda. Quando estou com banda masculina me sinto cantora. É diferente. A intensidade é diferente. Até na delicadeza é intensa.
Depois de 11 anos de carreira, ela queria se reinventar.
- Estava a fim de fazer uma outra coisa, diferente mesmo, mas sem perder a minha essência. Estou cansada de ver cantora que fazia uma coisa e agora faz dance e coloca beat. As canções deste show e CD mantêm um fio da meada. A música Você Não Sabe, por exemplo, tem um quê de Garganta. É uma música visceral, desarvorada, orgânica com as minhas outras.
E não tinha como ser de outro jeito, já que a pintura, nos últimos anos, tem consumido a maior parte do tempo livre da cantora.
- A pintura foi tomando um corpo importante na minha vida a ponto de os amigos me chamarem para ir passear na lagoa no sábado e domingo e eu dizer "não, vou pintar". E faço tudo sozinha. Não tenho assistente, preparo minha lona, faço as misturas e chego a ficar pintando de 8 da manhã às 4h do dia seguinte. Sigo pintando e pirando. Fui para Nova York, conheci pintores, vi exposições no MoMa [o museu de arte moderna da cidade americana], conferi uma mostra de Basquiat em Roma. Sempre vendo muita coisa. O Basquiat, aliás, abriu a minha cabeça. Ele vive a tela.
E não espere encontrar um natureza morta entre as telas da cantora.
- De jeito nenhum. Eu quero morrer quando alguém diz que tem um cavalo ou um rosto nas minhas telas. Estou fazendo para esconder. Não quero um significado nas minhas obras.
Desde segunda-feira (5), Ana Carolina expõe pela primeira vez suas telas fora de um show. Ela está em cartaz na galeria Romero Britto, na rua Oscar Freire, em São Paulo.
Ela contou com a ajuda de amigos pintores para escolher as pinturas que integrariam a mostra.
E confessou que não queria ir à abertura.
- É uma sensação de noiva, de falta de ar mesmo. Senti um nervosismo de iniciante na vernissage. Não queria ir, mas fui. Achava que não tinha necessidade. Não me sinto pintora. Foi bem complicado. Eu sou tímida. Sei que tenho que subir no palco e cantar. Nos shows, eu ficava no palco e as telas ficam lá fora. Na vernissage, eu tinha que estar lá no meio de pessoas analisando a minha obra.
O preço de uma tela de Ana Carolina varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil o metro quadrado. Vai depender, então, da complexidade da pintura e do tamanho dela. Durante o papo, ela comentou que uma tela da artista plástica Adriana Varejão está custando US$ 1,5 milhão o metro quadrado.
A pergunta que não queria calar então era: você quer chegar lá?
- Não. Eu quero pintar cada vez mais. Quero compor cada vez mais. Isso para mim é chegar lá. Fazer sempre e não parar de lutar e de buscar.
Postado em 09 Dezembro de 2011 pela equipe do blog
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