Pinturas musicais



Em “Ensaio de Cores”, Ana Carolina flerta com as artes plásticas


A voz potente e grave de Ana Carolina se rendeu a outros ritmos no CD “Ensaio de Cores”. Duas palavras definem bem o novo trabalho da cantora: miscigenação musical. Em 14 faixas, as canções vão da MPB romântica ao hip-hop e ao samba. Mas as misturas não são apenas as de gênero, a produção é uma conjunção entre música e pintura.

O repertório foi escolhido para casar com o projeto. Até a regravação de “Carvão” tem relação direta com as artes. “Quando comecei a fazer os primeiros exercícios com uma artista plástica, a primeira coisa que ela pediu para eu fazer como prática era pintar com carvão em cima de várias folhas”, lembra a cantora.

Apesar de não se considerar uma pintora, Ana Carolina teve a ideia de preparar o novo disco a partir das telas que criou. “Chegar a ‘Ensaio de Cores’ foi uma coisa complicada, porque a pintura é uma atividade muito informal da minha parte. Eu não gostaria de me considerar uma pintora, ter esse peso sobre mim. Apesar de eu pintar bastante e de maneira intensa, eu acho que o nome ‘Ensaio de Cores’ fala um pouco com a música, a própria palavra ensaio é uma coisa que tem muito dentro do universo musical”.

É tanta mistura entre cor e som que Ana considera que algumas canções foram pintadas. Três músicas em especial resumem bem o álbum e a relação entre as canções e as pinturas: “As Telas e Elas”, composição de Ana Carolina; “Rai das Cores”, de Caetano Veloso; e “Azul”, de Djavan.

O mais feminino de todos os CDs de Ana Carolina foi criado com um grupo formado exclusivamente por mulheres: a cantora, Lan Lan, na percussão; Délia Fischer, nos teclados; e Gretel Paganini, no violoncelo. “Gravei ‘Todas Elas Juntas num só Ser’, do Lenine, porque achei que tinha tudo a ver com a banda feminina; ‘O Violão’ fala da criação do primeiro instrumento inspirado no corpo da mulher. Eu decidi montar essa banda feminina porque queria tocar só com mulheres mesmo. No palco, eu descobri muitas coisas tocando só com mulheres. A intensidade em todos os lugares, a delicadeza”.

Ao contrário do CD “Multishow Ana Carolina Nove+1”, “Ensaio de Cores” não tem participações especiais. “O projeto é diferente. O ‘Nove’ era o momento em que eu estava comemorando dez anos de carreira, eu queria cantar com as pessoas que eu admirava. ‘Ensaio de Cores” é como se a gente fosse uma banda e eu fosse a vocalista”.

Fonte: Inter Jornal
Postado em 22 de Dezembro de 2011 pela equipe do blog

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